Sintomas e Diagnósticos

Como saber se tenho cifose: sinais e diagnóstico

Veja como saber se tenho cifose com a ajuda de testes simples e diagnóstico especializado.

Como saber se tenho cifose é uma dúvida comum quando você percebe a postura mais curvada, ombros projetados para frente ou uma “corcunda” no alto das costas.

A cifose torácica existe em todo mundo e é uma curvatura normal. O problema começa quando essa curva fica exagerada (hipercifose) ou quando há rigidez e deformidade estrutural.

Este conteúdo ajuda você a se observar com critério por meio de testes caseiros que podem sugerir alterações, mas o diagnóstico de cifose depende do exame físico e, na maioria dos casos, de radiografia para medir o ângulo da curvatura.

Como saber se tenho cifose: sinais que merecem atenção

Os sinais mais frequentes aparecem no espelho, nas fotos e na forma como o corpo “se encaixa” no dia a dia. Os mais típicos são:

  • Ombros arredondados e para frente;
  • Cabeça projetada para frente, como se o queixo “fugisse” do pescoço;
  • A parte alta das costas mais “saltada” ao olhar de lado;
  • Diferença na altura dos ombros ou das escápulas;
  • Sensação de rigidez no tórax e na coluna torácica;
  • Cansaço muscular nas costas, pior ao fim do dia;
  • Encurtamento posterior (isquiotibiais) e peitoral, com dificuldade para “abrir” o peito;
  • Dor nas costas, geralmente leve a moderada, mais por sobrecarga muscular do que por lesão óssea.

Quando a curvatura é importante, podem surgir limitações funcionais, como dificuldade para manter a postura ereta por muito tempo, desconforto para olhar para cima e redução da tolerância a esforços por menor expansão do tórax.

Esses pontos pedem avaliação médica com ortopedista qualificado, principalmente se houver piora progressiva.

Testes simples em casa que ajudam a levantar suspeita

Esses testes não fecham o diagnóstico, mas ajudam a perceber padrão postural e rigidez. Faça sem forçar e pare se doer.

Teste da parede

  • Encoste calcanhares, glúteos e parte alta das costas na parede.
  • Tente encostar a parte de trás da cabeça sem elevar o queixo.

Se for muito difícil e você compensar com extensão do pescoço, pode existir projeção anterior da cabeça e aumento da curvatura torácica.

Teste do “crescer”

  • Em pé, faça uma auto correção, como se um fio puxasse o topo da cabeça para cima.

Se a postura melhora bastante e sem dor, a chance de componente postural é maior. Se quase não muda e parece “travado”, pode haver rigidez.

Inclinação para frente

  • Com joelhos estendidos e sem tranco, incline o tronco para frente.

Observe se há uma saliência marcada no alto das costas e se você sente encurtamento intenso atrás das pernas. Isso sugere sobrecarga muscular e pode coexistir com hipercifose.

Se você está se perguntando como saber se tenho cifose por notar uma piora rápida, dor forte ou limitação importante, não dependa de teste caseiro.

Procure um ortopedista especialista em coluna para examinar e orientar.

Quando é só postura e quando pode ser algo estrutural

A cifose pode ser postural (flexível) ou estrutural (mais rígida).

Na postural, a coluna costuma “endireitar” quando você corrige a postura, e o principal problema é o hábito: muito tempo sentado, pouca força de musculatura estabilizadora e encurtamentos.

Nas formas estruturais, a correção voluntária é limitada. Em adolescentes, uma causa clássica é a doença de Scheuermann, em que algumas vértebras podem ficar em formato de cunha, deixando a curvatura rígida.

Em adultos e idosos, fraturas por compressão relacionadas à osteoporose e degeneração discal também podem acentuar a cifose.

Cifose em crianças e adolescentes: o que observar

Em fase de crescimento, vale observar o corpo de perfil e também em movimento. Atenção para:

  • Postura curvada persistente mesmo quando a criança tenta “arrumar”;
  • Giba torácica com aspecto mais pontiagudo;
  • Rigidez para estender a coluna torácica;
  • Dor recorrente na região do ápice da curva ou na lombar;
  • Histórico familiar de deformidades na coluna.

Em crianças, também se considera a possibilidade de alterações congênitas, principalmente se a deformidade estiver presente desde cedo.

O ponto-chave é não deixar “passar tempo” quando há rigidez e progressão, porque algumas condutas funcionam melhor durante o crescimento.

Cifose em adultos e idosos: sinais de alerta

No adulto, a hipercifose pode vir de sedentarismo, trabalho sentado e fraqueza de musculatura extensora. No idoso, ganham peso dois cenários: osteoporose com fraturas vertebrais e degeneração de discos.

Procure avaliação com prioridade se houver:

  • Perda de altura percebida em meses ou poucos anos;
  • Dor súbita nas costas após esforço leve ou queda pequena;
  • Dificuldade para respirar em esforços que antes eram fáceis;
  • Formigamento, fraqueza ou alteração de marcha (precisa investigação neurológica).

Como o diagnóstico é confirmado no consultório

O diagnóstico começa com a história clínica e o exame físico, avaliando alinhamento, flexibilidade, encurtamentos e pontos dolorosos.

O exame mais usado para confirmar e quantificar é a radiografia da coluna, que permite medir o ângulo da curvatura, onde curvas torácicas acima do esperado para a idade podem caracterizar hipercifose.

Conforme o caso, podem entrar outros exames: ressonância magnética quando há suspeita de compressão nervosa ou alterações estruturais mais complexas, tomografia em cenários específicos e densitometria óssea quando há suspeita de osteoporose.

O objetivo é separar postura de deformidade rígida, identificar causa e orientar tratamento seguro.

O que costuma melhorar e quais tratamentos são usados

Na cifose postural, o foco é reeducação postural, fortalecimento e mobilidade. Programas de fisioterapia, exercícios de extensão torácica, trabalho de escápulas, alongamento de peitoral e isquiotibiais, além de atividade física regular.

Em adolescentes com curvas moderadas e ainda em crescimento, o especialista pode indicar órtese (colete) para reduzir a progressão, junto com exercícios.

Já em casos estruturais graves, com deformidade importante, dor persistente, progressão documentada ou comprometimento funcional, pode existir indicação cirúrgica, sempre após avaliação criteriosa.

Se a sua dúvida é como saber se tenho cifose e o que fazer depois, foque em dois pontos: medir corretamente a curvatura e tratar a causa.

Pois isso evita perder tempo com soluções genéricas que não servem para o seu tipo de caso.

FAQs

Qual grau é considerado hipercifose?

Em geral, considera-se hipercifose quando a curva torácica está acima do intervalo esperado na radiografia. A confirmação depende da medida do ângulo e da avaliação clínica.

Dor nas costas significa que eu tenho cifose?

Não necessariamente. Dor pode vir de músculos, discos e hábitos posturais. A cifose pode coexistir com dor, mas não é a única explicação.

Como saber se tenho cifose só olhando no espelho?

O espelho ajuda a perceber ombros arredondados e curvatura aumentada, mas não mede grau nem define a causa. O diagnóstico confiável exige exame físico e, muitas vezes, radiografia.

Exercícios corrigem a “corcunda”?

Em casos posturais, exercícios e fisioterapia costumam melhorar bastante. Em deformidades rígidas, eles ajudam na dor e na função, mas a correção completa pode não acontecer.

Colete funciona em adultos?

No adulto, o colete pode auxiliar no controle de sintomas e postura em situações específicas, mas o principal costuma ser fortalecimento e reabilitação. Em adolescentes, o papel do colete é maior por causa do crescimento.

Quando devo procurar avaliação com urgência?

Se houver dor súbita forte após esforço leve, perda rápida de altura, falta de ar importante, fraqueza, formigamento ou alteração de marcha, procure avaliação médica rapidamente.

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Dr. Aurélio Arantes

Especialista em ortopedia de coluna em Goiânia. Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). Preceptor do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do HC-UFG e membro da diretoria da SBOT Goiás.

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Dr. Aurélio Arantes