Prevenção e Bem-Estar

O que faz a escoliose piorar: causas e como evitar

Entenda o que faz a escoliose piorar, sinais de progressão, hábitos que atrapalham e quando buscar avaliação especializada.

Quando um paciente chega ao consultório perguntando o que faz a escoliose piorar, quase sempre está tentando entender duas coisas: o que aumenta a curvatura ao longo do tempo e o que piora os sintomas e limitações no dia a dia.

Nem toda escoliose progride, e nem toda dor nas costas significa que a curva está aumentando.

A questão aqui é separar fatores de risco reais (os que influenciam a progressão) de hábitos que só irritam músculos e articulações.

Com essa diferença clara, fica mais fácil tomar decisões, acompanhar do jeito certo e reduzir sustos.

O que é escoliose e por que algumas curvas progridem

Escoliose é uma curvatura da coluna no plano frontal, medida em graus no raio X pelo ângulo de Cobb.

Em muitos casos, existe também a rotação das vértebras, o que explica assimetrias como um “calombo” nas costas ao inclinar o tronco.

A progressão depende de fatores do próprio corpo (crescimento, tipo de curva, maturidade óssea) e do acompanhamento.

A maioria dos casos de escoliose em adolescentes é chamada de idiopática, quando não há uma causa única identificável.

O que faz a escoliose piorar

Na progressão da curva, alguns fatores pesam mais do que outros, como:

  • Crescimento acelerado (estirão): fase em que a curva pode aumentar em poucos meses, exigindo reavaliações mais frequentes.
  • Imaturidade esquelética: sinais de que o corpo ainda vai crescer (avaliados em exame físico e radiografia).
  • Ângulo de Cobb mais alto no início: quanto maior a curva, maior o risco de progressão.
  • Tipo de curva: algumas curvas têm padrão mais “teimoso” e pedem vigilância maior.
  • Falta de acompanhamento: pular consultas e controle por imagem atrasa decisões, quando o timing é essencial.

Por isso, a resposta para o que faz a escoliose piorar quase sempre envolve idade, crescimento e tamanho da curva no diagnóstico.

Fatores que pioram os sintomas

Muitos pacientes confundem dor com progressão.

A dor pode aparecer por sobrecarga muscular, rigidez, condicionamento baixo, rotina sentada e até estresse, que pode piorar a qualidade de vida sem necessariamente aumentar o ângulo de Cobb.

Aqui entra um ponto importante sobre o que faz a escoliose piorar no cotidiano: hábitos ruins podem aumentar o desconforto e limitação, ainda que a curva esteja estável.

  • Sedentarismo: menos resistência do tronco e pior tolerância a ficar em pé, caminhar ou estudar por horas.
  • Falta de fortalecimento e controle motor: tronco “desligado” aumenta compensações e tensão muscular.
  • Rotina prolongada sentado: tende a aumentar rigidez e dor, principalmente em adolescentes e adultos.
  • Carregar peso de forma repetida e mal distribuída: pode piorar a dor e fadiga, principalmente em quem já tem assimetria.

O papel do colete e por que a adesão muda o resultado

Quando existe indicação de colete (órtese), a adesão costuma ser o divisor de águas. O colete não “endireita” para sempre, ele atua como estratégia para reduzir risco de progressão durante o crescimento.

Usar menos horas do que o prescrito, ajustar mal, abandonar por desconforto ou vergonha são motivos frequentes de falha, o que pode fazer a escoliose piorar.

Quando suspeitar que a escoliose está progredindo

Nem sempre a pessoa percebe a curva aumentando. Sinais visuais e funcionais ajudam a levantar suspeita, mas a confirmação é por exame e medida.

Veja alguns desses sinais:

  • Mudança rápida no caimento de roupas.
  • Assimetria mais evidente dos ombros.
  • Costelas mais salientes ao inclinar o tronco.
  • Aumento de desequilíbrio do tronco são alertas.

Dor nova e persistente merece avaliação, principalmente se vier com formigamento, fraqueza ou alteração de sensibilidade. Em consultório, o exame físico direciona e a radiografia quantifica.

Como reduzir o risco de piora e manter a coluna funcional

O plano bem feito combina monitoramento (quando necessário), fisioterapia orientada por objetivos e ajustes na rotina.

Em adolescentes, o foco costuma ser acompanhar crescimento e curva, decidir o momento do colete e manter função.

Já em adultos, a meta frequentemente é controlar a dor, melhorar a capacidade física e reduzir sobrecargas.

Perguntar o que faz a escoliose piorar é útil, mas mais útil ainda é transformar isso em ações consistentes, com metas simples e mensuráveis.

  • Acompanhamento com ortopedista de coluna no intervalo correto: mais curto durante estirão, mais espaçado quando estável.
  • Fortalecimento do tronco e quadril: melhora controle, resistência e tolerância a atividades diárias.
  • Treino de mobilidade e respiração: útil em rigidez torácica e para conforto em algumas curvas.
  • Ergonomia realista: pausas curtas, variação de postura e organização do estudo ou trabalho.
  • Adesão ao colete quando indicado: horas de uso e ajustes contam.

FAQs

O que faz a escoliose piorar mais rápido na adolescência?

O principal é o estirão de crescimento associado a uma curva já moderada e pouca maturidade óssea. Nessa fase, o controle periódico define a estratégia e o timing de intervenção.

Má postura causa escoliose?

Má postura pode aumentar dor e assimetrias funcionais, mas escoliose estrutural é outra condição, medida por ângulo e com rotação vertebral. Postura ruim não explica sozinha a progressão da curva estrutural.

Musculação piora escoliose?

Treino bem prescrito tende a ajudar, por fortalecer e melhorar controle do tronco. O risco está em cargas mal orientadas, técnica ruim e treino que ignora assimetrias e limitações individuais.

Como saber se a escoliose está aumentando?

Sinais no corpo ajudam, mas a confirmação é por avaliação clínica e radiografia com medida do ângulo de Cobb, comparando exames em intervalos adequados.

O colete resolve escoliose?

O colete é uma estratégia para reduzir risco de progressão durante o crescimento em casos selecionados. Resultado depende de indicação correta, ajuste e horas de uso.

Quando a escoliose vira caso cirúrgico?

A decisão é individual e considera grau da curva, progressão, sintomas, impacto funcional e maturidade óssea. Em geral, curvas mais altas e progressivas têm maior chance de indicação.

Dr. Aurélio Arantes

Especialista em ortopedia de coluna em Goiânia. Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). Preceptor do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do HC-UFG e membro da diretoria da SBOT Goiás.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo