As principais lesões da coluna em atletas
Descubra como é o tratamento das lesões da coluna em atletas, sinais de alerta e dicas de prevenção.
Não é só atleta profissional que corre esse risco. Quem treina pesado, joga por diversão ou se exercita só no fim de semana também pode acabar sobrecarregando a coluna.
Erros de técnica, aumento brusco da carga e quedas favorecem lesões em músculos, articulações, discos intervertebrais e até nas vértebras.
Quando se entende de onde essas lesões da coluna em atletas vêm, fica mais simples ajustar o treino, proteger a coluna, manter o rendimento e diminuir a chance de precisar parar de fazer esporte por um bom tempo.
Principais lesões da coluna em atletas
As principais lesões da coluna em atletas vão desde distensões mais simples até fraturas de maior gravidade.
Em muitos casos, o quadro começa com incômodos discretos, ignorados por semanas ou meses, até que a dor evolui e passa a limitar o treino.
Entorses e distensões musculares lombares
São as lesões mais frequentes, causadas por movimentos bruscos, erros de técnica ou aumento rápido de carga.
O atleta sente dor localizada na região lombar, sensação de “peso” ou travamento e dificuldade para inclinar o tronco.
Na maioria das vezes, o problema envolve fibras musculares e ligamentos, sem lesão estrutural grave.
Hérnia de disco
A hérnia de disco surge quando parte do disco intervertebral se desloca e passa a comprimir raízes nervosas.
O quadro costuma causar dor intensa na coluna, irradiação para pernas ou braços, formigamentos e, em casos mais graves, perda de força.
As lesões da coluna em atletas que envolvem hérnia são mais comuns em modalidades com impacto e carga elevada, como levantamento de peso, cross training e saltos repetidos.
Movimentos de flexão e rotação combinados, executados com técnica ruim, aceleram o desgaste dos discos.
Neuropraxias
Em esportes com muito contato físico, não é raro o atleta sofrer uma lesão nervosa passageira chamada neuropraxia.
Uma sensação de choque correndo pelo braço pode aparecer depois de um impacto no ombro, na cabeça ou de um movimento em falso do pescoço.
Quando isso começa a se tornar frequente, é um recado de que a cervical está sobrecarregada e que vale buscar uma avaliação especializada.
Lesões nas articulações da coluna e artrite facetária
Na parte de trás das vértebras existem pequenas juntas, chamadas facetas, que também podem sofrer entorses e inflamações.
Esportes com muitos giros e extensão acentuada da coluna, como tênis, vôlei e ginástica, colocam carga extra nessas estruturas e acabam favorecendo o desgaste.
Espondilólise e espondilolistese
A espondilólise é uma fratura por estresse em uma região específica da vértebra lombar, muito comum em adolescentes que praticam esportes com hiperextensão e rotação repetida, como ginástica, mergulho, lutas, tênis e voleibol.
Quando essa fratura evolui, pode ocorrer espondilolistese, em que uma vértebra escorrega sobre a outra.
A dor aparece principalmente na região lombar, tende a piorar com treino intenso e pode limitar a performance se não for tratada cedo.
Lesão do anel apofisário
Nessa condição, pequenos fragmentos ósseos se desprendem da borda do corpo vertebral em consequência de microtraumas repetidos.
O problema acomete sobretudo adolescentes e adultos jovens, em especial praticantes de ginástica e esportes com impacto importante sobre a coluna lombar.
Fraturas da coluna relacionadas ao esporte
Fraturas vertebrais costumam ocorrer em traumas de alta energia, como quedas em esportes de velocidade, impactos em esportes radicais ou acidentes em treinos e competições.
Em situações mais graves, podem existir lesões neurológicas associadas.
Esse tipo de lesão exige atendimento imediato, avaliação detalhada e, muitas vezes, cirurgia.
Fatores de risco
Certos fatores aumentam a chance de atletas desenvolverem lesões da coluna ou de transformar um incômodo simples em dor crônica difícil de controlar.
- Histórico recente de sedentarismo seguido de aumento brusco na carga de treino.
- Falta de fortalecimento específico para musculatura do core e da pelve.
- Gestos técnicos executados com erro repetido, sem acompanhamento profissional.
- Uso de calçados ou equipamentos inadequados para a modalidade praticada.
- Rotina com poucas horas de sono e recuperação insuficiente entre treinos.
Como é feito o diagnóstico
O passo inicial é uma conversa detalhada sobre o esporte praticado, tempo de treino, tipo de dor e situações que pioram ou aliviam os sintomas.
Na consulta, o ortopedista observa como o paciente fica em pé, sentado e caminhando, testa a força dos músculos e aperta a região sensível até localizar exatamente onde dói mais.
Quando precisa entender melhor o que está acontecendo, ele solicita exames de imagem, como radiografias, tomografia e ressonância magnética.
Em alguns casos, usa exames mais detalhados, que conseguem mostrar fraturas por estresse ainda em fase bem inicial.
Tratamento
A maioria das lesões da coluna em atletas tem tratamento conservador, sem cirurgia.
A combinação de controle da dor, fisioterapia e ajustes no planejamento de treino costuma trazer bons resultados, desde que o atleta respeite o tempo de recuperação.
- Medicação orientada: analgésicos e anti-inflamatórios em períodos curtos, sempre com supervisão médica.
- Fisioterapia: recursos para controle da dor, ganho de mobilidade, fortalecimento do core e correção de padrões de movimento.
- Reprogramação do treino: redução temporária de carga, substituição de exercícios e retomada gradual da intensidade.
- Uso de coletes ou órteses: em casos selecionados, como fraturas estáveis ou espondilólise em fase aguda.
Procedimentos minimamente invasivos ou cirurgias ficam reservados para quadros específicos, como fraturas instáveis, hérnias de disco com déficit neurológico importante ou falha persistente do tratamento conservador.
Como prevenir lesões da coluna
Prevenção não significa treinar menos, e sim treinar melhor. Uma rotina bem planejada reduz bastante o risco de lesões da coluna em atletas e prolonga a vida esportiva.
- Um bom aquecimento prepara o sistema cardiovascular, aumenta a temperatura muscular e melhora a mobilidade das articulações.
- Manter boa flexibilidade em quadris, isquiotibiais e cadeia posterior facilita o trabalho da coluna.
- Um programa específico de fortalecimento do core torna a região mais resistente à sobrecarga dos treinos.
- Uso de calçados compatíveis com o tipo de piso, capacetes, cintos de levantamento e outros itens de proteção reduzem o impacto sobre a coluna.
- Acompanhamento de treinador ou professor é essencial para corrigir erros técnicos que geram sobrecarga repetida.
- Intervalos programados, sono de qualidade e estratégias de recuperação fazem parte do plano para manter a coluna saudável.
Quando procurar ajuda médica
Nem toda dor precisa levar o atleta ao consultório com urgência, porém, alguns sinais pedem atendimento ortopédico especializado mais rápido.
- Dor intensa na coluna após queda ou trauma direto.
- Dor com irradiação para pernas ou braços, associada a formigamento ou perda de força.
- Dor que não melhora com repouso, gelo e medidas simples ao longo de algumas semanas.
- Dificuldade para controlar esfíncteres, alteração súbita na marcha ou sensação de instabilidade importante.
Nessas situações, o ideal é suspender a atividade esportiva até que o especialista avalie o quadro, defina o diagnóstico e oriente o melhor plano de tratamento e retorno ao esporte.
FAQs
Atletas amadores também podem ter lesões graves na coluna?
Sim. Pessoas que treinam apenas nos fins de semana ou voltam de uma fase sedentária sem preparo adequado também podem desenvolver lesões da coluna em atletas, incluindo hérnias de disco e fraturas por estresse. A diferença é que muitas vezes o problema demora mais para ser reconhecido e tratado.
Quais esportes mais costumam causar lesões na coluna?
Esportes de contato, modalidades com saltos e impactos repetidos, levantamento de peso, ginástica, mergulho, tênis, vôlei e esportes de alta velocidade estão entre os que mais sobrecarregam a coluna. O risco real depende da técnica, do volume de treino e do condicionamento de cada atleta.
É preciso parar de treinar totalmente quando a coluna dói?
Nem sempre. Em muitos casos, o ajuste de carga, a troca temporária de exercícios e o início rápido da fisioterapia já permitem manter algum nível de atividade. Quem define o que pode ser mantido ou suspenso é o especialista, após avaliar o tipo de lesão e o estágio da dor.
Lesões da coluna em atletas sempre exigem cirurgia?
A maior parte das lesões melhora com tratamento conservador, que inclui medicação por tempo limitado, fisioterapia e mudanças na rotina de treino. Cirurgia é reservada para situações específicas, como fraturas instáveis, compressões neurológicas importantes ou falha do tratamento clínico.
Quanto tempo leva para voltar ao esporte depois de uma lesão na coluna?
O tempo de retorno varia conforme o tipo de lesão, a gravidade do quadro, a modalidade praticada e a resposta individual ao tratamento. Em geral, o retorno é construído em etapas, começando com atividades leves, passando por treinos específicos e, por fim, reinserção completa na rotina esportiva, sempre com acompanhamento profissional.



