Quem tem lordose pode fazer agachamento?
Entenda quando quem tem lordose pode fazer agachamento, quais erros pioram a dor e como adaptar amplitude, carga e técnica com mais segurança.
A dúvida se “quem tem lordose pode fazer agachamento” é comum porque o agachamento exige bom controle da coluna, quadril e core.
A resposta depende do tipo de lordose, da presença de dor, do padrão de movimento e da carga usada.
Quando o movimento é bem executado e a progressão de carga é planejada, o agachamento pode ser parte do treino e até ajudar no condicionamento.
Quando há dor intensa, irradiação, perda de força ou falha de controle lombar, o exercício precisa de ajustes ou pausa.
O que é lordose e quando ela vira um problema
A lordose lombar faz parte do alinhamento normal da coluna. Ela passa a preocupar quando:
- A curva aumenta demais (hiperlordose) e a pelve fica em anteversão constante;
- Existe dor lombar recorrente ligada a sobrecarga;
- Há rigidez de quadril e encurtamento de flexores do quadril;
- O core não consegue estabilizar e a lombar “rouba” movimento.
Em muitos casos, não é a lordose isolada que limita o agachamento, e sim a combinação de postura, mobilidade e controle motor.
Quem tem lordose pode fazer agachamento? O que considerar
Sim, muita gente com lordose consegue agachar. O ponto é como agacha.
Três critérios práticos ajudam a decidir:
- Dor e sintomas: agachamento não deve piorar dor lombar nem gerar formigamento, choque, dormência ou perda de força.
- Controle lombo-pélvico: a lombar não pode “afundar” em extensão ao descer, nem perder o alinhamento ao subir.
- Mobilidade de quadril e tornozelo: a limitação nesses segmentos costuma empurrar a lombar para compensações.
Se esses critérios falham, não é “proibido”, é “precisa de ajuste”.
Erros mais comuns no agachamento que pioram a lombar
Alguns padrões aumentam a compressão e cisalhamento na região lombar, especialmente em quem já fica com a pelve muito inclinada para frente:
- Hiperextensão no final do movimento: travar o corpo jogando o tronco para trás ao terminar a repetição.
- Falta de bracing: abdômen relaxado, sem pressão intra-abdominal adequada.
- Profundidade além do controle: descer mais do que o quadril permite e compensar na lombar.
- Carga alta cedo: subir peso antes de dominar técnica e cadência.
- Barra mal posicionada e tronco instável: aumenta a demanda na coluna em vez de distribuir no quadril e nas pernas.
Ajustes técnicos que costumam ajudar
São ajustes clássicos usados na prática clínica e no treinamento para reduzir o estresse lombar:
- Bracing antes de descer: inspire, trave o tronco como se fosse receber um empurrão e mantenha a pressão durante a repetição.
- Costelas “para baixo”: evite abrir o tórax e aumentar a extensão lombar.
- Agache “sentando entre as pernas”: pense no quadril descendo com joelhos acompanhando a direção dos pés, sem colapsar para dentro.
- Controle de descida: 2 a 3 segundos na fase excêntrica costuma melhorar a estabilidade.
- Amplitude segura: use a profundidade que mantém a coluna estável; aumentar a amplitude vem depois, com mobilidade e controle.
- Variação com calço no calcanhar (quando o tornozelo limita): pode melhorar a mecânica, desde que não gere desconforto lombar.
Variações de agachamento que podem ser mais seguras no começo
Quando a técnica do agachamento livre ainda não está sólida, estas variações costumam facilitar o alinhamento:
- Goblet squat (halter à frente): ajuda a manter o tronco mais organizado e melhora a percepção de postura.
- Box squat (sentar em um banco/caixa): limita a amplitude, reduz a compensação e ensina o controle.
- Front squat leve: aumenta a demanda de tronco e pode reduzir a tendência a hiperextensão, desde que haja mobilidade adequada.
- Split squat e afundo: trabalham pernas com menor exigência de coluna, útil em fases de dor lombar.
A escolha depende do seu padrão de movimento e do que piora ou melhora seus sintomas.
Fortalecimento e mobilidade que fazem diferença
Quem tem hiperlordose frequentemente se beneficia de um conjunto básico:
- Glúteos e posteriores: ponte, hip thrust, levantamento terra romeno leve (técnica impecável).
- Core anti-extensão: dead bug, prancha bem feita, pallof press.
- Mobilidade de flexores do quadril: alongamentos e trabalho ativo de extensão de quadril.
- Tornozelo e quadril: mobilidade direcionada, sem exagero e com progressão.
Treinar “o resto do corpo” melhora o agachamento e reduz a chance de a lombar compensar.
Sinais de alerta: quando parar e avaliar melhor
Interrompa o exercício e procure avaliação se houver:
- Dor forte que não cede com ajustes simples;
- Dor irradiando para perna, formigamento ou dormência;
- Perda de força, instabilidade para caminhar, travamento recorrente;
- Piora progressiva ao longo de dias.
Nessa fase, o ideal é consultar um ortopedista de coluna para o diagnóstico correto, porque a dor pode ter origem discal, facetária, muscular ou por sobrecarga, e o plano muda conforme a causa.
Conclusão
Para a maioria das pessoas, quem tem lordose pode fazer agachamento quando há controle do tronco, amplitude compatível com a mobilidade e progressão de carga bem feita.
O foco não é “zerar” a lordose, e sim treinar com estabilidade e técnica. Ajuste o exercício ao seu corpo, não o contrário!



