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Discopatia degenerativa L5 S1 com protusão discal: entenda!

Sintomas, diagnóstico e tratamento da discopatia degenerativa L5 S1 com protusão discal.

A expressão discopatia degenerativa L5 S1 com protusão discal descreve o desgaste do disco entre a última vértebra lombar e o sacro, somado a um abaulamento do disco que pode irritar raízes nervosas.

O quadro provoca dor na região lombar, irradiação para a perna, rigidez e limitação funcional.

A boa notícia: a maioria dos casos melhora com tratamento conservador bem estruturado.

O que é e por que acontece

O disco intervertebral funciona como um amortecedor. Ao longo do tempo, perde água, altura e elasticidade.

Esse processo degenerativo facilita fissuras no anel externo e o material interno tende a deslocar-se, gerando a protusão.

Em L5 S1, há grande carga mecânica, motivo pelo qual essa área sofre com mais frequência.

Fatores que favorecem o desgaste

  • Predisposição familiar.
  • Sedentarismo e fraqueza do core.
  • Trabalho físico pesado ou movimentos repetitivos.
  • Excesso de peso.
  • Tabagismo.
  • Posturas sustentadas por longos períodos.

Sinais e sintomas mais comuns

O espectro de queixas é amplo. Alguns pacientes sentem apenas incômodo lombar, enquanto outros relatam dor que desce pela nádega e perna, típica de compressão do nervo ciático.

  • Dor lombar mecânica, pior ao sentar, curvar e levantar peso.
  • Irradiação para glúteo, face posterior da coxa e, às vezes, panturrilha.
  • Formigamento, queimação ou choque.
  • Rigidez matinal e fadiga muscular.
  • Piora em tosse ou espirro, quando há maior pressão intradiscal.

Sinais de alerta que pedem avaliação rápida: fraqueza progressiva, perda de força para estender o hálux, alteração de sensibilidade em sela, disfunção urinária ou fecal.

Diagnóstico na prática clínica

O ponto de partida é a consulta com exame físico detalhado. Testes de mobilidade lombar, alongamentos neurodinâmicos e avaliação neurológica ajudam a mapear dor e déficit.

Exames de imagem

  • Ressonância magnética: método de eleição para visualizar a degeneração e protusão.
  • Raio-X: útil para alinhamento, artrose facetária e instabilidades.
  • Tomografia: indicada em casos específicos, principalmente pré-operatórios.

A intensidade da dor nem sempre corresponde ao tamanho da protusão. O laudo precisa ser interpretado junto do exame clínico e do contexto funcional do paciente.

Discopatia degenerativa L5 S1 com protusão discal: quando ela dói?

A dor surge quando a protusão toca estruturas sensíveis ou inflama o anel fibroso. O simples achado em ressonância, sem correlação com sintomas, pode representar uma alteração incidental.

Dói mais quando há inflamação ativa, espasmo muscular secundário e sobrecarga em flexão sustentada.

Diferença entre protusão e hérnia

  • Protusão: abaulamento do disco com o anel ainda contínuo.
  • Hérnia: ruptura do anel com extravasamento do núcleo.

A progressão não é regra. Mudar hábitos, fortalecer a musculatura e gerenciar crises reduz o risco de evolução.

Tratamento conservador: base do cuidado

O plano costuma combinar analgesia, educação postural e fisioterapia ativa. Repouso absoluto não ajuda, onde o ideal é retornar gradualmente às rotinas.

Opções usuais

  • Anti-inflamatórios e analgésicos por tempo curto, se indicados pelo médico.
  • Relaxante muscular em fases dolorosas.
  • Calor local ou crioterapia, conforme preferência e fase do quadro.
  • Fisioterapia focada em função: estabilização lombopélvica, controle motor, mobilidade de quadril e torácica.
  • Treinos de força global e condicionamento aeróbico de baixo impacto.
  • Orientação ergonômica no trabalho e na direção.

Infiltrações e bloqueios

Quando a dor não cede com medidas clínicas, a infiltração guiada por imagem com corticosteroide no espaço epidural ou na raiz sintomática pode reduzir inflamação e facilitar a reabilitação.

E quando pensar em cirurgia

A minoria precisa de procedimento. Avalia-se cirurgia quando existe:

  • Déficit neurológico progressivo.
  • Dor refratária que limita atividades por várias semanas, apesar de tratamento adequado.
  • Síndrome da cauda equina (urgência).

Técnicas mais empregadas

  • Microdiscectomia: remove o fragmento compressivo preservando as estruturas.
  • Foraminotomia: amplia o canal por onde passa a raiz nervosa.
  • Artrodese: indicada em instabilidade real, dor discogênica refratária ou recidivas selecionadas.
  • Prótese discal: alternativa em perfis específicos, com critérios rígidos de indicação.

A escolha depende dos sintomas, achados de imagem, idade, demandas ocupacionais e resposta às terapias conservadoras.

Exercícios seguros no dia a dia

Movimento bem dosado é tratamento. Abaixo, um roteiro geral que costuma ser bem tolerado, ajustado por um fisioterapeuta:

  1. Caminhadas regulares com aumento progressivo de tempo.
  2. Fortalecimento de glúteos, abdômen profundo e paravertebrais.
  3. Mobilidade de quadril (rotação externa e extensão) para poupar a lombar.
  4. Alongamentos suaves de cadeia posterior, sem forçar a dor irradiada.
  5. Treino de respiração e controle de pressão intra-abdominal durante esforços.

Rotina antidor e proteção do disco

Pequenas mudanças geram alívio consistente, como:

  • Sono e estresse: dormir melhor e gerenciar a tensão muscular reduz a sensibilização.
  • Peso corporal: cada quilo a menos poupa as estruturas lombares.
  • Parar de fumar: a nicotina prejudica a nutrição do disco.
  • Ergonomia: cadeira com bom suporte lombar, monitor na altura dos olhos, pés firmes no chão.
  • Reeducação de movimento: dobrar quadris e joelhos para pegar peso, manter a carga próxima ao corpo.

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Dr. Aurélio Arantes

Especialista em ortopedia de coluna em Goiânia. Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). Preceptor do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do HC-UFG e membro da diretoria da SBOT Goiás.

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Dr. Aurélio Arantes